As startups sul-mato-grossenses vêm se destacando como referências em inovação e desenvolvimento tecnológico no país. Com o fomento do Governo do Estado, por meio da Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul) e da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), empresas como a Arandu Biotecnologia, que desenvolve corantes naturais a partir de microrganismos do Pantanal, e a República das Arteiras, uma fashion tech com viés social que conecta costureiras a consumidores por meio de uma plataforma digital, demonstram como o investimento público pode ser decisivo para tirar ideias do papel e levá-las ao mercado em escala.
Segundo dados do Observatório Sebrae Startups, Mato Grosso do Sul conta atualmente com 580 startups ativas, sendo que 258 (44,5%) delas já receberam apoio do Governo do Estado por meio da Fundect. Quase a metade do ecossistema empreendedor do Estado recebeu suporte direto ou indireto através de editais de subvenção econômica, bolsas e investimentos em ambientes de inovação. O Estado lidera o número de startups ativas na região Centro-Oeste, seguido por Mato Grosso (525), Distrito Federal (474) e Goiás (335). Além disso, está entre os 10 com maior número de startups no Brasil, sendo destaque em segmentos como agronegócio, impacto socioambiental, alimentos e bebidas, saúde e bem-estar e tecnologia da informação.
“O investimento em soluções inovadoras faz parte da estratégia do Governo do Estado no apoio ao empreendedorismo de base tecnológica. Ao longo dos últimos oito anos, a Fundect e a Semadesc investiram R$ 44 milhões em startups, por meio dos programas Centelha, Tecnova, Desafios de Inovação, editais de Inovação para a Indústria, além de bolsas, intercâmbios internacionais e investimento em ambientes de inovação. Para um país que precisa de soluções tecnológicas, esse investimento é crucial — e Mato Grosso do Sul já está à frente”, explica Márcio de Araújo Pereira, diretor-presidente da Fundect.
“A inovação é tratada pelo Governo do Estado como uma política estruturante e transversal, com impacto direto no desenvolvimento econômico, na diversificação da matriz produtiva e na geração de empregos de alto valor agregado. Os resultados mostram que estamos no caminho certo. A atuação da Semadesc, por meio da Fundect, e de programas como o Centelha, o Tecnova, as Bolsas de Iniciação Tecnológica e os Núcleos de Inovação Tecnológica, consolida o ambiente de inovação como parte de um projeto estratégico para o futuro do Estado”, afirma o secretário Jaime Verruck, da Semadesc.
“Os dados confirmam o protagonismo de Mato Grosso do Sul no ecossistema de inovação do Centro-Oeste. Somos o Estado que mais investe em startups na região, com metade dos empreendimentos em atividade recebendo apoio direto de programas estruturados pela Fundect e pela Semadesc. Isso reforça nosso compromisso com a ciência aplicada, a valorização de talentos locais e a transformação de ideias em soluções tecnológicas que impactam positivamente a economia e a sociedade sul-mato-grossense”, conclui o secretário-executivo de Ciência, Tecnologia e Inovação, Ricardo Senna.
Entre os principais programas de apoio estão o Centelha e o Tecnova, desenvolvidos em parceria com a Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), que oferecem recursos financeiros não reembolsáveis para estimular a inovação. O Centelha é voltado à criação de novos empreendimentos inovadores, enquanto o Tecnova busca acelerar o crescimento de pequenas e médias empresas por meio de projetos de pesquisa e desenvolvimento.
O edital do Tecnova 3, lançado em 2024, representou um investimento recorde de R\$15,4 milhões em 30 empresas. Já o Programa Centelha, em suas duas edições, investiu mais de R$6 milhões, capacitou 2 mil pessoas e apoiou 80 startups.
“Nosso corante nasceu no laboratório, mas foi com o apoio do Programa Centelha que demos os primeiros passos como empresa e no desenvolvimento tecnológico. Desde então, temos crescido de forma estruturada, captando novos recursos, validando a tecnologia e construindo parcerias estratégicas. Hoje vivemos um momento de transição importante, saindo da validação laboratorial para a validação em escala industrial, um marco que reforça o impacto que a inovação pode gerar quando encontra apoio institucional”, destaca Arthur Macedo, CEO da Arandu Biotecnologia.
“O Programa Centelha tornou possível a transição do nosso modelo físico para o digital. Saímos de uma dúzia de costureiras para uma rede digital com 130 profissionais cadastradas”, ressalta Ivani Marques da Costa Grance, fundadora da República das Arteiras.
Essas iniciativas contribuíram para que o estado alcançasse a 3ª colocação nacional em apoio a empreendimentos inovadores, de acordo com o Ranking de Competitividade dos Estados – CLP, além de figurar no top 10 do Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (IBID), do INPI.
Mais informações sobre os programas de subvenção citados podem ser conferidas abaixo:
Com infomações de Paulo Ricardo Gomes e Maristela Cantadori, da Fundect.