PF indicia Bolsonaro, General Braga Netto e mais 36 por tentativa de golpe

    PF indicia Bolsonaro, General Braga Netto e mais 36 por tentativa de golpe

    A Polícia Federal (PF) concluiu, nesta quinta-feira (21/11), o inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado em 2022. Entre os indiciados pelo envolvimento na idealização do plano golpista estão o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os ex-ministros Braga Netto e Augusto Heleno.


    Ao todo são 37 pessoas indiciadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. 


    O resultado do inquérito foi enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.


    As provas, afirma a PF, foram obtidas ao longo de quase dois anos, “com base em quebra de sigilos telemático, telefônico, bancário, fiscal, colaboração premiada, buscas e apreensões, entre outras medidas devidamente autorizadas pelo poder Judiciário”. 


    Segundo a PF, as investigações apontaram que os investigados se estruturaram por meio de divisão de tarefas e isso permitiu a individualização das condutas e a constatação da existência dos seguintes grupos:


    a) Núcleo de Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral;

    b) Núcleo Responsável por Incitar Militares à Aderirem ao Golpe de Estado;

    c) Núcleo Jurídico;

    d) Núcleo Operacional de Apoio às Ações Golpistas;

    e) Núcleo de Inteligência Paralela;

    f) Núcleo Operacional para Cumprimento de Medidas Coercitivas


    Outros indiciamentos


    Bolsonaro já foi indiciado pela PF em outros dois inquéritos: o que apura a falsificação de cartões de vacina contra a Covid-19 e o que apura a venda ilegal de joias recebidas de presente por ele durante o governo.


    O documento final possui mais de 800 páginas e será encaminhado ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do inquérito que apura a tentativa de golpe. 


    Envolvimento de Bolsonaro


    Segundo as investigações da Polícia Federal, o então presidente da República Jair Bolsonaro redigiu, ajustou e “enxugou” a chamada “minuta do golpe”, uma espécie de decreto que previa a intervenção no Poder Judiciário para impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e convocar novas eleições.


    O ex-presidente é acusado de ter se reunido com o comandante do Exército Brasileiro à época, general Estevam Cals Theofilo, no dia 9 de dezembro de 2022, com o objetivo de organizar o apoio militar para consumar o golpe de Estado.


    Além disso, A PF concluiu que Bolsonaro é o responsável por redigir e ajustar ”a minuta do ilegal decreto golpista”, mediante a análise de mensagens encaminhadas por Mauro Cid para o general Freire Gomes, então comandante do Exército.


    Também de acordo com a investigação, Mauro Cid indicou, nos textos a Freire Gomes, que Bolsonaro ”enxugou o decreto” e o tornou ”mais resumido”. 


    Também está entre os indiciados o presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Veja a lista completa:


    Alexandre Castilho Bitencourt Da Silva

    Alexandre Rodrigues Ramagem

    Almir Garnier Santos

    Amauri Feres Saad

    Anderson Gustavo Torres

    Anderson Lima De Moura

    Angelo Martins Denicoli

    Augusto Heleno Ribeiro Pereira

    Bernardo Romao Correa Netto

    Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

    Carlos Giovani Delevati Pasini

    Cleverson Ney Magalhães

    Estevam Cals Theophilo Gaspar De Oliveira

    Fabrício Moreira De Bastos

    Filipe Garcia Martins

    Fernando Cerimedo

    Giancarlo Gomes Rodrigues

    Guilherme Marques De Almeida

    Hélio Ferreira Lima

    Jair Messias Bolsonaro

    José Eduardo De Oliveira E Silva

    Laércio Vergilio

    Marcelo Bormevet

    Marcelo Costa Câmara

    Mario Fernandes

    Mauro Cesar Barbosa Cid

    Nilton Diniz Rodrigues

    Paulo Renato De Oliveira Figueiredo Filho

    Paulo Sérgio Nogueira De Oliveira

    Rafael Martins De Oliveira

    Ronald Ferreira De Araujo Junior

    Sergio Ricardo Cavalieri De Medeiros

    Tércio Arnaud Tomaz

    Valdemar Costa Neto

    Walter Souza Braga Netto

    Wladimir Matos Soares

     



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