MS tem Mapa Hidrogeológico que permite avaliar a qualidade e quantidade das águas subterrâneas existentes

Mato Grosso do Sul disponibiliza mais um importante instrumento para monitorar, planejar e gerir a qualidade e a disponibilidade de águas subterrâneas no território estadual. Em parceria com o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), foi apresentado na manhã dessa terça-feira (12), no auditório do Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul), o Mapa Hidrogeológico de Mato Grosso do Sul.

O estudo foi elaborado em escala 1:1.000.000 e reúne informações técnicas detalhadas sobre a ocorrência, as características, a qualidade e a produtividade das águas subterrâneas em todo o território estadual. Trata-se de ferramenta estratégica para subsidiar o abastecimento público, orientar o planejamento sustentável e reforçar o monitoramento da qualidade da água.

O Estado, através da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), já havia desenvolvido o Mapa das Águas superficiais para subsidiar, sobretudo, as atividades agropecuárias, dentro do ZAE (Zoneamento Agroecológico) e  em parceria com os Centros de Pesquisa da Embrapa localizados em Mato Grosso do Sul, sob a coordenação da Embrapa Solos (Rio de Janeiro-RJ).

“Esse novo produto é um mapa da gestão integrada dos recursos hídricos com informações sobre as relações entre águas superficiais e subterrâneas, que permite ainda o acompanhamento do nível e do fluxo de água nos aqüíferos ao longo do tempo, bem como determina as áreas críticas e da recarga anual”, explicou o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável da Semadesc, Rogério Beretta.

Os técnicos do SGB explicaram que o trabalho para desenvolvimento do Mapa Hidrogeológico envolveu análises de poços cadastrados, dados geológicos e hidrogeológicos, além da avaliação da vulnerabilidade natural à contaminação dos aquíferos.

A metodologia permite identificar áreas com maior potencial de produção, regiões mais suscetíveis à poluição e características específicas de cada unidade hidroestratigráfica.

O projeto integra a iniciativa nacional Disponibilidade Hídrica do Brasil, já presente em 18 unidades federativas, e reforça o papel da ciência e da informação qualificada na gestão racional dos recursos hídricos.

Segurança hídrica e planejamento sustentável

O diretor-presidente do Imasul, André Borges, destacou que o documento é muito mais do que um compilado de dados técnicos:

“Esse mapa mostra, com precisão, onde estão os aquíferos do nosso estado, quais são suas características, a qualidade da água e a capacidade de produção. Em outras palavras, ele revela o que está escondido debaixo dos nossos pés — e que muitas vezes garante o abastecimento de cidades inteiras, propriedades rurais e indústrias. Com essas informações, podemos escolher os melhores locais para perfuração de poços, proteger áreas de recarga e planejar o uso da água de forma sustentável, garantindo segurança hídrica para o presente e o futuro.”

O fiscal ambiental do Imasul, Adriano Coelho, enfatizou a utilidade prática do mapa para diferentes setores da sociedade:

“Esses dados não servem apenas para técnicos e gestores. Eles beneficiam todos, porque ajudam a garantir que, mesmo em períodos de seca, tenhamos água de qualidade para beber, produzir e viver. Essa é uma ferramenta que une prevenção, planejamento e preservação, colocando a ciência a serviço da população.”

Disponibilidade pública

O Mapa Hidrogeológico de Mato Grosso do Sul estará disponível para consulta no site do Serviço Geológico do Brasil. O acesso público permitirá que gestores, pesquisadores, empreendedores e cidadãos possam utilizar a ferramenta para embasar decisões, prevenir problemas de escassez e promover o aproveitamento sustentável das águas subterrâneas.

Para os técnicos do Imasul o documento é um marco para a gestão dos recursos hídricos no estado, representando um avanço significativo na preservação e no uso responsável de um patrimônio natural essencial: a água.

Gustavo Escobar/Imasul, com informações de João Prestes/Semadesc

Fonte