Newley Amarilla, advogado com 42 anos de experiência em Campo Grande, refletiu sobre os escândalos envolvendo membros do Poder Judiciário no Estado e no País. Ele destacou que a advocacia e aqueles mais humildes na sociedade são os mais prejudicados com a corrupção.
O profissional foi o entrevistado do programa ”Cara a Cara” do TopMídiaNews, nesta quarta-feira (13).
”A corrupção prejudica toda a sociedade, especialmente a parcela que não tem influência política e econômica capaz de interferir nas decisões judiciais. É uma briga desigual”, comparou Amarilla. Ele deu o exemplo de um lutador de boxe peso-pesado que disputa contra um atleta peso-pena.
Experiente e com reflexões bastante sóbrias, Newley ponderou que o problema não é exclusivo do Judiciário e atinge Ministério Público e órgãos governamentais. No minuto 1’23”, o entrevistado observa que o problema afeta de sobremaneira as vítimas, já que não há mais a quem recorrer.
”O Judiciário é como um guarda que cuida da sua casa quando você viaja. Se ele te rouba, como é que fica?”, questionou o advogado no minuto 3’20”. Ele acrescenta que há uma crise de confiança que afeta o Poder.
Caminhos
Na visão do profissional, passou da hora de abrir um debate público para refletir sobre a questão.
”E quem devia capitanear esse debate de mãos dadas é o próprio Judiciário e a OAB porque congrega os dois organismos mais intrinsecamente ligados àquela questão”, sugeriu Amarilla no minuto 4’53”
Ultima Ratio
Desembargadores, um procurador de Justiça, juízes de primeira instância e advogados de MS são investigados em um esquema de venda de sentenças judiciais, extorsão, tráfico de influência e lavagem de dinheiro que movimentaram milhões de reais. Os magistrados da segunda instância envolvidos estão afastados dos cargos e com tornozeleira eletrônica.