Com 24 feminicídios em 2024, MS encara tragédia enquanto nova lei promete punição mais dura

    Com 24 feminicídios em 2024, MS encara tragédia enquanto nova lei promete punição mais dura

    Ministério Público Estadual de MS considerou válida sanção de lei que aumenta a pena para condenados por feminicídio no País. No entanto, pondera que ações paralelas como prevenção,  punição devida e proteção às vítimas de violência de gênero são igualmente necessárias.  

    A reflexão é da Promotora de Justiça Clarissa Carlotto Torres, coordenadora-adjunta do Núcleo de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do MPMS. A alteração na legislação foi sancionada na última quinta-feira (10) e estabelece pena de 20 a 40 anos de prisão. 

    Clarissa observou que a nova lei transmite uma mensagem clara de endurecimento no combate à violência de gênero e reforça a intolerância do Estado em relação a esse delito. 

    ”O conceito de ‘princípio coercitivo da lei’ sugere que a gravidade das penas serve para dissuadir a prática de crimes. No entanto, sua eficácia depende de fatores como a certeza da punição e o fortalecimento de mecanismos preventivos e de proteção”, anotou a promotora. 

    Ainda segundo a Promotora, a penalidade maior ”situa-se no campo da resposta social, na medida em que reflete um reconhecimento estatal sobre a gravidade desse crime e a necessidade de punições mais severas”. 

    Outubro Rosa

    A sanção da lei em pleno Outubro Rosa, mês dedicado à prevenção em saúde e direitos da Mulher, também é vista com simbólica pela autoridade do MPMS. 

    ”… vem em um momento quando se ressalta a importância de se olhar para a vida e a segurança das mulheres em múltiplas dimensões — desde a saúde até a proteção contra a violência”, respondeu a coordenadora-adjunta do Núcleo de Enfrentamento  à Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher do MPMS.  

    Entramos em contato também com a assessoria de Comunicação da Polícia Civil de MS. O espaço está aberto para manifestação. 

    Números

    MS registrou, até esta segunda-feira (14), 24 feminicídios. Em 2023 foram 30 ocorrências do tipo e 42 registros em 2022. 

    Uma das vítimas mais recentes e que ilustra a foto desta matéria, foi Mariana Agostinho Defensor, 32 anos. Ele foi assassinada no dia 22 de setembro, com 58 facadas, sendo 17 no rosto. O suspeito, Jailton Pereira dos Santos, de 33 anos, confessou o crime e foi preso. 



    Fonte

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